Diversidade? Sim, aqui tem índio, branco e negro; tem gringo e brasileiro; pobre e rico; lixo e uma pseudo-organização revelada em ações pontuais, como a pintura de monumentos, o plantio de mudas e o corte da grama, diga-se de passagem, feitos de qualquer jeito;
É Carnaval, é circo - sem fome? –, é momento de vestir fantasias e se disfarçar. Também é tempo de correr riscos, de sentir a adrenalina correndo nas veias, de matar e roubar;
É Carnaval, e tem milhões de latinhas para serem catadas por mais um dos explorados da “cadeia alimentar”, certamente acompanhados por suas crianças, que, em vez de dormirem, irão experimentar a madrugada para ajudar no sustento do lar;
É Carnaval, e tem pagode, axé, arrocha, samba, rock, reggae, furdunços, blocos e pipoca;
É Carnaval, é alienação, é sair da rotina caótica, sem mobilidade, e ingressar nas avenidas animadas e festivas;
É Carnaval, e não há por que lembrar os buracos, o metrô-fantasma, as inúmeras reformas e construções inacabadas, os engarrafamentos, a falta de educação generalizada e o individualismo soteropolitano, afinal, tudo é apenas brincadeira – ainda que, por vezes, de um profundo mau gosto, resultando no que a imprensa anuncia como o “saldo da folia”.
"Carnaval como esse você só encontra por aqui. É diferente, é Carnaval de Salvador"!