Na ida, das 11h previstas para chegada na antiga Pouso dos Creoulos, como era chamada a cidade, 13h se passaram até desembarcarmos na agência da transportadora, localizada na praça principal. No trajeto, mudamos de ônibus, talvez porque passaríamos por uma estrada de terra batida e, com a forte chuva, o veículo poderia não suportar. Além desse transtorno, as constantes e morosas paradas desgastam, cansam e causam ainda mais desconforto na longa viagem.
Mas o pior ainda está por vir. Na volta, num domingo relativamente nublado, o horário marcado para sairmos de Rio de Contas, rumo à capital baiana, era às 14h. Pasmem! O ônibus só apareceu às 17h. Segundo o “simpático” e comunicativo senhor de cabelos grisalhos, responsável pela agência local, o motivo para tamanho atraso foi um incidente entre Brumado e Livramento: o veículo quebrou, no entanto, a “notável” empresa parece ter esquecido que, neste período do ano, a demanda de passageiros é bem maior, e um serviço digno, com o mínimo de qualidade possível, deve estar preparado para imprevistos como esse.
A falta de comunicação entre os funcionários é notória. Quando indagado sobre o destino final do transporte coletivo, um dos motoristas diz não saber, e responde assim mesmo, caminhando, sem ao menos olhar para o cliente e dar a atenção necessária - após 3h de atraso!
Ah, mas não pensem que esta “comédia” acabou, afinal, ainda temos muitas horas pelo caminho de volta pra casa. A saga continua! Logo em Marcolino Moura, ali, a poucos minutos de Rio de Contas, uma parada de praticamente 30min, pra não perder o costume. E viva a tradição! Saímos da estrada de terra após às 19h. Após muito sacolejar, mais uma parada. Desta vez para limpar o banheiro, que, diga-se de passagem, continuou do mesmo jeito.
Revoltada, desço para buscar esclarecimento. Do meio do nada, surge o motorista, que, ironicamente, me dirige um "Bom Dia” e justifica sua falta de conhecimento: não sabe a respeito do atraso de outrora porque seu expediente começou agora, mas como este veículo “ainda” não quebrou - como que está fadado a acontecer – somente 7h de viagem nos deixaria em Salvador. Apenas 7h, pra quem esperou 3h, não deve significar muita coisa, não é?
De volta pra minha poltrona, resmungo, desabafo, enquanto outra passageira responde: “Não tem jeito, é sempre assim, é porque só tem eles”... Então, matamos a charada: a culpa é deste tal monopólio. E viva a concorrência, minha gente!