"Filma eu! Tô na Globo! Olha eu! Click!" É o showrnalismo. Sejam bem-vindos! Fama x Profissionalismo, Concentração x Populismo... Plim-plim. A varinha mágica indica o início de mais um ato da grande peça. Notícias e conversas sacodem as câmeras, confundem os câmeras, produzem audiência. E o público, em coral, tenta assistir ao Jornal Nacional.
Mas a adrenalina aumenta... "Bonner, Bial"! Meu Deus, alguém desmaia! Com emoção e desequilíbrio, a curiosidade e o fascínio encantam jornalistas, hipnotizam estudantes, prendem a atenção de civis, de transeuntes... "Luz, Câmera, Ação!" Nesse movimento, o fim se aproxima enquanto os blocos passam, fotografias repassam, ops, digitais descarregam.
Por um momento, parece que os ânimos se acalmaram. Engano! Ainda há uma esperança... Da sacada, alguém acena e fala com os espectadores: "Bonner, será que ainda há tempo de aparecer ao seu lado?" Será que resta energia das pessoas e, literalmente, da tecnologia, para registrar instantes mágicos? O celular toca e a multidão vai ao delírio: "Deve ser a Fátima. Que lindo! Que amor!" E o 28 de agosto vai ficando apenas na história...
Noite de desejos, minutos de ilusão, por entre a timidez e o exibicionismo, reflexos de aversão e aceitação. Sons e imagens, em meio ao cenário gótico e esplêndido da Catedral de Petrolina. Burburinhos e ruídos em contrapartida a vozes suaves, timbres graves, simpatia e educação. Jornalismo, espetáculo? Contradições num mesmo espaço.
Da informação regionalizada ao teor Big Brother, odes, closes e flashes enfeitam a praça, hierarquizando a sacada. Mas, e as árvores que atrapalham a visão? Decepção para os fãs, "turistas", proteção para os "artistas", elos elitistas. Estrelas, luar, pop stars. Bonner, Bial, O Bom? Miau... Personagens do verdadeiro estrelismo cultural.