Em cada leitura me pergunto: por que não falam, majoritariamente, sobre ações que despertem o senso de cidadania e ajudem a construir um mundo melhor? (Certamente porque as mudanças bagunçariam o status quo, nada interessante para quem produz – no caso, a grande imprensa - e quem financia a notícia – empresários e o poder público).
Dizem os teóricos que os critérios de noticiabilidade são regidos, dentre outros aspectos, pela negatividade e citação dos famosos. Mas por que saber de “artistas”, com quem nunca interagimos pessoalmente, e deixar de lado os personagens do cotidiano? (Quão belas e ricas narrativas “Dª Maria” e “Seu João” nos apresentariam?).
Alguns defendem que o “povo” gosta de sangue e conteúdos sensacionalistas. No entanto, penso que o tal “povo” invocado pela imprensa está é mal-acostumado com informações desse teor e isento da tão esperada empatia (Que tal se colocar no lugar do outro: E se fosse a minha família? Ou melhor, e se fosse comigo? Como gostaria de aparecer na grande mídia? Gostaria, ao menos, de aparecer?).
Contradições e críticas fazem parte do cotidiano dos jornalistas. O problema é que essa função social, que preza por uma isenção onírica, tem se transformado em sinônimo de tragédia. (Que tal ser construtivo, propor soluções, em vez de ser superficial, vazio, sem qualquer estímulo à reflexão?).
O jornalismo está mesmo sedento de uma boa aula de civilidade. Dar uma simples revisada no próprio Código de Ética poderia amenizar a “dor”... Nessa corrida imperfeita de deadlines, sobra até para o português, coitado!
Bom seria se a lei fosse realidade na labuta dos showrnalistas. E se tudo é uma construção do real, longe de ser o espelho do mundo, que tal construir uma realidade mais criativa, emancipadora e democrática?
Por que não revisar a regra? Quebrá-la de modo inovador e profissional? E se a grande imprensa resolvesse, apenas por uma dia, não publicar qualquer conteúdo negativo? Será que aquele “povo” teria crise de abstinência?
Para mim e para alguns colegas de profissão, seria um favor, alívio, peso retirado das costas, afinal, os tais critérios de noticiabilidade, da forma como foram pensados e estão, até o momento, sendo conduzidos, não nos representam. Pela campanha do bem: #diadamidiapositiva. Eu apoio e você?