Para os idosos, sentar nas cadeiras do transporte coletivo tornou-se mais fácil, agora é lei! Na sorte, em muitos casos, encontram cidadãos conscientizados politicamente, que cedem seu assento para confortar os representantes da “melhor idade”. Mas quando a quantidade de senhores e senhoras ultrapassa o número disponível de cadeiras, eis que o jeito é se apertar em meio às crianças, aos jovens e adultos que já ocupam as entradas, saídas e os corredores do buzu.
Ah, os cadeirantes! Esses acabam “incomodando” alguns cidadãos que não conhecem o verdadeiro sentido da empatia. Sobe rampa, desce rampa, coloca o cinto, aperta aqui, ajusta acolá. Minutos a mais no relógio de cada indivíduo que precisa chegar ao seu destino para iniciar mais uma etapa de um intenso dia - vivido e sobrevivido na capital.
Os cegos... Esses são a essência da alegria. "Bom dia, motorista! e Obrigad@, motorista!" são expressões constantes no vocabulário desses vencedores. Quanta habilidade! O despertar dos demais sentidos permite a abertura de horizontes, muitas vezes não “enxergados” pelos olhos sãos. A conhecida bengala é apenas uma extensão dessa grandiosa arte de enxergar com o coração.
Atletas, ou pelo menos, aprendizes de uma geração saúde. Eles ocupam avenidas, praças e diques, correndo e pedalando em meio ao movimento dos automóveis, que, incessantemente, transitam pela cidade. Proeza difícil de ser realizada diante do ritmo de vida acelerado, poluidor, ameaçador, estressante e inacabado da capital.
Personagens... reflexos de biografias distintas, singulares e apaixonantes. Observando pela janela, “não vejo tudo enquadrado”, mas sim, quadros multifacetados de histórias de vida. Alguns "hipócritas, mas também estrelas"!