Mas onde estão as ciclovias? A iniciativa é boa, porém a infraestrutura ainda está dando os seus primeiros passos. Salvador não vai de bike, mas engatinha...
Enquanto o site do Itaú é mais realista, afirmando que a ação se caracteriza como “uma solução de transporte de pequeno percurso para facilitar o deslocamento das pessoas nos centros urbanos”, a Prefeitura vai além e sonha alto: “Por incrível que pareça, quando se vai de bike, chega-se antes do que de carro. Esse veículo não está submetido a contratempos do dia a dia, como trânsito ou clima”.
Como assim? Quem dera sair da Orla e chegar de bicicleta ao Barbalho, bairro onde trabalho. Mas onde estão as ciclovias? Na beira-mar, não há em todo o trajeto e a que existe é improviso; dentro dos bairros, a situação piora, e os aventureiros de plantão são obrigados a dividir o espaço com motoristas desrespeitosos e inconsequentes, quase um suicídio para os que desafiam a “lei das 4 rodas”.
Mas se Salvador vai de bike, por que eu ainda dependo do transporte coletivo? Por que inúmeros carros engarrafam as avenidas, tornando o calor ainda mais insuportável e a rotina um verdadeiro tormento?
Sabemos dos benefícios de utilizar um transporte saudável e não poluente, no entanto, sabemos, mais ainda, da necessidade urgente de mudanças na infraestrutura cicloviária da capital. Salvador vai de bike... E você, consegue atingir grandes distâncias com a “laranjinha”, como foram batizadas as duas rodas que estampam a marca do Itaú?
Por enquanto, coloquemos os pés no chão: na “Terra de Todos Nós”, bike apenas pra passeios. Na labuta diária, aguardamos os próximos passos deste poder público que aprende a caminhar com seus erros e acertos, como uma criança que, enquanto engatinha, deseja andar com os próprios pés.