Se era o mesmo do sábado de outrora, difícil ter certeza, só sei que por algum motivo a ave mancava e, entre saltos e voos rasos, bicava o sustento de cada dia.
Um olhar apressado apontava para alguma perversidade que haviam feito em suas patas, atrapalhando o caminhar (já desajeitado).
Até pensei em ajudá-la e retirar aquelas possíveis amarras, no entanto questionei cá com meus botões: e se ela for agressiva e me ferir? Se transmitir alguma doença?
Numa tentativa de aproximação, assobio, mas logo o pombo é atraído por apetitosas migalhas.
Impotente, sigo minha rotina de reflexões sem qualquer interferência “animal”.
Pobre pombo!
Mais uma vez, vítima, indefesa desta “gente estúpida”.
Pobre humana, incomoda, porém tão passiva diante dos próprios olhos.
Pobre pombo?
Pobre humana?
(...)