Quando meramente ilusão, há um sentimento amargo de decepção. Quando transformados em realidade, o triunfante gesto da satisfação, vitória concretizada.
Pelo caminho, percalços em forma de pedras e muros tentam desviar-nos num labirinto conflitante. Cada um carregando em sua bagagem pessoas, experiências, filosofias. Como saber até onde vai a sua autonomia para participar do convívio de alguém?
Convidando a razão para a conversa, suas palavras referem-se às maneiras de intervenção: construtiva e destrutiva, estando o livre-arbítrio entre elas. O coração, por sua vez, insiste em se incomodar com dúvidas e tentativas de interpretar a intuição, como forma de prever um futuro.
De volta, a razão dá o veredicto: a grande magia de viver está nesses ciclos de ideias, aperfeiçoamento do amor pelas desventuras diárias.
Mas se “ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais”,
seria estranho não me sentir mais forte ou mais feliz, quem sabe? “Eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei, eu nada sei"!
Nessa aparente ordem que é a sociedade, chego à conclusão de que somos mais sentimentais do que imaginamos – ainda que a rotina nos deixe um tanto mecânicos, passivos ou mesmo civilizados.
As pequenas atitudes nos levam a crer no incrível potencial criativo e transformador do ser humano. Talvez o “jeitinho brasileiro”, dentro de suas limitações, seja apenas uma maneira de prezarmos pelo bom senso, diante da literalidade da lei.
Absurdo! Gritam os cidadãos frente à burocracia estatal. Nesta ironia conflitante, caminhamos contra o vento num ambiente que estar "sem lenço ou sem documento” é quase uma afronta ao sistema, afinal, para “Ele”, os números identificam o ser cidadão – estágio do “medo dos homens de lá”.