Um arquiteto que projeta a fuga do irmão de uma cadeia de segurança máxima, colocando no próprio corpo o passo a passo desse momento especial.
No entanto, ao longo da narrativa, muitos outros acontecimentos surgem em meio ao principal objetivo dos considerados “fora da lei”.
A poderosa, e quase indestrutível Companhia, parece estar por trás de todas as artimanhas malignas.
Falsas acusações, roubos, brigas e mortes deixam a tela um pouco mais vermelha do que o esperado.
Fôlego e atenção são intensamente necessários para o acompanhamento das informações, arquitetadas como fractais, partes integrantes de um sistema que envergonha e enlouquece.
Inocentes acusados dos piores crimes e ensandecidos para provar a veracidade dos fatos tal como eles são. Laços familiares perdidos, alianças que se sobrepõem ao ódio e à incompatibilidade de personalidades. Vigilância 24h, cadeira elétrica, pena de morte, corrupção policial, poder paralelo do tráfico e dos presidiários são alguns dos temas debatidos na série, que, sabiamente, desmascara a realidade pintada por Hollywood.
Por outro lado, exagero. O Panamá aparece como um país de terceiro mundo vinculado ao primitivo, através do ambiente natural da floresta e do atraso socioeconômico. A imagem da prisão demonstra a infraestrutura precária do sistema carcerário, sendo inevitável aos telespectadores compararem a sobriedade e aparente organização da Fox River com o profundo estado de desordem e desigualdade social representado pela indesejável Sona.
Pesquisas científicas, alternativas energéticas, dessalinização da água são alguns assuntos contemporâneos presentes na narrativa. Mas para vender todo esse aparato tecnológico, forças políticas e empresariais conspiram pela destruição, simulam uma guerra entre China e Índia, em prol de bilhões de dólares, desconsiderando o uso da tecnologia para causas humanitárias. Esse é o perfil dos Estados Unidos da América, tão bem apresentado na série.
Scylla, a arma do conhecimento, é o grande alvo. Durante muitos episódios, a verdadeira chave-mestra, porém em posse de um personagem de índole duvidosa quanto ao bom uso das suas informações, que espalha tragédia por onde passa.
Seria bem mais confortável se toda essa história fosse apenas ficção...
Mas eis que a justiça chega perto de reinar quando a Organização das Nações Unidas (ONU) aparece como a salvação, libertando vidas que estiveram presas por ameaças dos verdadeiros "fora da lei".
Perdas, muitas perdas, por uma causa maior, que ultrapassa a barreira da individualidade e preza pela vida.
“Faça a mudança que quer ser no mundo”!
Pela inteligência e criatividade da série, vale a pena conferir.