Não fossem vagas memórias do passado e os raros instantes de afeto com sua nova esposa e o mascote Bob, o calor humano é quase inexistente na narrativa.
Responsável pela manutenção de máquinas mortíferas, falsas guardiãs da Terra contra a ação dos chamados saqueadores, Jack realiza um verdadeiro ritual diário, até que um dia se deixa levar por um livro da antiga Roma e os ditos invasores ou alienígenas percebem que podem contar com ele para recuperar o poder e a vida no planeta.
Aqueles que seriam desconhecidos, enquanto humanos autênticos, estão disfarçados com armaduras para burlar os drones e, num lampejo de esperança, veem em Jack a salvação da humanidade, já que eles eram os verdadeiros sobreviventes da guerra travada com a operação TET, que destruiu a Terra e recrutou Jack, criando milhares de clones seus, além de explorar nossos recursos, especialmente a água.
Coincidência ou não, o tema é oportuno e remete à exploração irracional da natureza, às grandes guerras e à possibilidade de autodestruição que a humanidade apresenta.
Num diálogo com o Big Bang, explodir a TET é o plano desse pequeno grupo, que revela a atenção para assuntos como vida e morte, vida após a morte, reencarnação, recomeço...
O oblívio real passa diante dos nossos olhos; marcas que carregamos de outrora, alhures e que, sob o véu do esquecimento, são nebulosas demais para compreendermos.
Sem a TET, a humanidade tem uma segunda chance para reconstruir relações e viver plenamente, ainda que a morte seja o próximo passo...
Contradições que se encontram num enredo confuso pela sua complexidade, mas profundamente inspirador, no qual os mundos científico e espiritual oscilam entre ficção e realidade, passado, presente e futuro.
Desafio e convite ao pensamento!